Para o relator do Direito Humano a Terra, Território e
Alimentação, Sérgio Sauer, o Código Mineral será a “próxima batalha em
termos de impedir uma depredação do patrimônio e dos recursos naturais
brasileiros”.
A reportagem é de Vivian Fernandes e publicada pela Radioagência
NP, 19-10-2012.
Uma das mudanças de legislação mais polêmicas dos últimos anos, o novo Código
Florestal teve nove pontos vetados pela presidenta Dilma Rousseff, como
publicado no Diário Oficial da União na última quinta-feira (18). Após tramitar
como Projeto de Lei e depois como Medida Provisória no Congresso Nacional, essa
é a segunda sanção feita pela presidência. Os vetos diminuíram as
possibilidades de desmatamento e danos ambientais. Porém, a decisão não agradou
os ambientalistas.
Em nota, o Greenpeace diz que a presidenta, “com vetos parciais,
consolida uma legislação que tem pouco de proteção e muito de devastação”. A
ONG também afirma que a anistia aos desmatadores permanece, “com o
estabelecimento de limites menores de recuperação a quem derrubou floresta até
2008”. Membros da bancada ruralista anunciaram que vão ao Supremo Tribunal
Federal (STF) pedir a inconstitucionalidade dos vetos.
Passado o período de grande disputa em torno do Código Florestal, a próxima
polêmica será o pouco comentado Código de Mineração, que tramita no Congresso.
Essa é a opinião do professor da Universidade de Brasília (UnB) em Planaltina
(DF) e relator do Direito Humano a Terra, Território e Alimentação da
Plataforma Dhesca, Sérgio Sauer.
“Logo após o debate do Código Florestal, o próximo é o Código de
Mineração. O debate é exatamente esse: diminuir as barreiras para que essa
demanda por minérios em nível mundial possa ser satisfeita, vamos dizer assim,
através da flexibilização da legislação brasileira e permitir uma maior
exploração, por exemplo, em terras indígenas, o que na minha opinião seria uma
catástrofe. Mas, com certeza, essa será a nossa próxima batalha em termos de
impedir uma depredação do patrimônio e dos recursos naturais brasileiros”,
afirma Sauer.
De IHU
Nenhum comentário:
Postar um comentário