Lula e Alan García - Imagem Blog da Amazônia |
- Ministros discutem integração energética Brasil-Peru
"O Ministro Interino de Minas e Energia, Márcio
Zimmermann, e o Ministro de Energia e Minas do Peru, Jorge Tafur, discutiram
nesta terça (23) projetos de integração energética entre os dois países, que
incluem a viabilização do aproveitamento hidroelétrico de Inambari, com 2.200
MW. A construção da UHE está prevista no acordo sobre integração energética
entre os dois países, firmado em 06/2010 e já possui os estudos de engenharia
concluídos. Os dois ministros também falaram sobre a exploração e uso do gás natural
peruano. Em relação à exploração e ao aproveitamento do gás do campo de
Camisea, onde a Petrobras tem participação em cinco blocos, a delegação peruana
foi informada que brevemente a estatal brasileira irá apresentar uma declaração
de volume descoberto de gás natural. O peruano também manifestou interesse para
cooperação técnica em estudos geológicos e minerais em áreas
fronteiriças." (Jornal da Energia – 25.10.2012)IFE
Os planos de exploração hidrelétrica, pelo Brasil, dos
recursos da Amazônia Andina estão evoluindo rapidamente. Equador, Peru e
Bolívia procuram transformar as hidrelétricas em única opção de geração de
energia, com apoio técnico de grandes empresas brasileiras do setor privado e
estatal - Odebrecht, Eletrobras, entre outras - nos planos de médio e longo
prazo, para atender à demanda futura. (Telma Monteiro)
Sobre esse assunto leia também Lula
e Alan García: acordo para construção de seis hidrelétricas na Amazônia
2. Para MME, não existem mais locais para grandes
reservatórios
"O país não possui mais locais capazes de abrigar grandes reservatórios, segundo o MME. De acordo com Altino Ventura, secretário de Desenvolvimento Energético do Ministério, existem dificuldades de implantação na região amazônica, última fronteira hidrológica do Brasil. Ressaltando que a não construção de usinas com reservatórios estava no planejamento, Ventura lembra que o país fez uma opção pela preservação das regiões onde poderia haver reservatórios, que englobavam terras indígenas e áreas protegidas. Ele ainda frisa que o único empreendimento energético em construção na região do Xingu é o de Belo Monte e os outros aproveitamentos sinalizados não foram à frente, devido à preservação ambiental. O secretário enfatiza que grandes reservatórios só poderiam ser construídos na região Norte do país, porque segundo ele, só lá há potencial hídrico para a construção de reservatórios como os existentes, pujantes a ponto de dar segurança ao sistema." (Agência CanalEnergia – 25.10.2012) IFE
Altino Ventura está chamando a Amazônia de "fronteira
hidrológica do Brasil" como se essa fosse uma característica
especial concedida pela Natureza. Não pode haver compatibilidade entre Terras
Indígenas, Unidades de Conservação, populações tradicionais e o planejamento do
Governo Federal de construir grandes e pequenas hidrelétricas na marra, tenham
elas menores ou maiores reservatórios.
Indígenas Munduruku - Foto: Telma Monteiro |
É tanta a urgência em leiloar as usinas planejadas no rio
Tapajós, por exemplo, que a Eletrobras chamou os Munduruku e a Funai para uma
reunião em Itaituba, em 17 de outubro, para lhes dar uma prensa. Os
representantes da Eletrobras queriam negociar no particular, sem a
presença de lideranças, a entrada de seus pesquisadores em terras Munduruku
para coletar dados para os estudos de viabilidade técnica das usinas do
Tapajós. Parece que os Munduruku não gostaram nadinha de dar de cara com
estranhos em seu território e sem autorização. A Eletrobras solicitou à
Funai que intermediasse as negociações com o fim de dar prosseguimento aos
estudos no Tapajós, em terras Munduruku. Pareceu uma carteirada!
A representante da Funai, para acalmar os ânimos, se saiu
com uma triste ameaça: se os Munduruku engrossassem com o Estado, o Estado
também poderia engrossar com eles e mandar a Força Nacional para garantir a
continuidade dos estudos. Indícios de mais um desfecho trágico na história do
autoritarismo do governo de Dilma Rousseff sobre os indígenas
brasileiros?
Entre as propostas da Eletrobras estava a de substituir 80
lideranças, que os próprios Munduruku consideram que os representa, por apenas
seis que a empresa queria convocar. Mas os Munduruku exigiram da Eletrobras
uma reunião ampla com a presença do MPF, com transparência, com todas as
lideranças e avisaram em alto e bom tom que não aceitam as usinas no rio
sagrado deles. Ali no rio Tapajós habita o deus criador do mundo,
Karosakaybu, segundo os Munduruku.
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